O peso tão pesado dos caprichos do quotidiano, a vontade de continuar que foi estudada tantas vezes seguidas no sono das noites anteriores.
Os sacos que carregam os antídotos para continuar, as razões para, na sonolência matinal, vespertina e nocturna, não deixar de lutar.
O olhar e o desenho dos corpos que dizem que tudo está bem e que assim deverá ser. Que dizem, contudo, que nem tudo funciona tal e qual o idealizado.
Que se fodam essas pessoas locomotivadas, nojentas, amigas e hostis. Na sua saliva jazem contratos prolongados continuamente num submerso cemitério de razões vivaças.
A estrutura é, na minha opinião e naturalmente, o osso e a carne invisíveis pela maratona fora findada na morte.
Só com suspiros e violentos desabafos se vislumbram tais carnavais. Ninguém aplaude.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
O homem do saco e meio
ah eu já sei
do mal que me fez
Pareceu-me fugir
por entre as falas do diabo
os signos do teu movimento,
o mimo entornado
sem encantamento.
do mal que me fez
Pareceu-me fugir
por entre as falas do diabo
os signos do teu movimento,
o mimo entornado
sem encantamento.
Na mão esquerda
guardo um saco
que já não abro desde sempre.
Na direita trago em mente
a absoluta e luxuosa miséria.
A deus orar pra minh'alma poupar.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Locomotiva Diária
As pessoas mais velhas
que vejo em contextos de comboios
e estações, são simpáticas
e gentis
já os putos têm Parkinson
nas emoções dos actos
e são senis.
meu deus mas o que é isto?
gritara pelo silêncio
e pelo nunca visto
que vejo em contextos de comboios
e estações, são simpáticas
e gentis
já os putos têm Parkinson
nas emoções dos actos
e são senis.
meu deus mas o que é isto?
gritara pelo silêncio
e pelo nunca visto
sábado, 21 de janeiro de 2012
duas quadras sobre Lisboa
Lisboa europeia
conquistada, trauteia
lágrimas de remorso
na fluvial areia.
Lisboa europeia
da canção forasteira,
vende até o sétimo torso
à rédea além-fronteira.
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