terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Chiado - Cais do Sodré - S.P

O peso tão pesado dos caprichos do quotidiano, a vontade de continuar que foi estudada tantas vezes seguidas no sono das noites anteriores.
Os sacos que carregam os antídotos para continuar, as razões para, na sonolência matinal, vespertina e nocturna, não deixar de lutar.
O olhar e o desenho dos corpos que dizem que tudo está bem e que assim deverá ser. Que dizem, contudo, que nem tudo funciona tal e qual o idealizado.
Que se fodam essas pessoas locomotivadas, nojentas, amigas e hostis. Na sua saliva jazem contratos prolongados continuamente num submerso cemitério de razões vivaças. 
A estrutura é, na minha opinião e naturalmente, o osso e a carne invisíveis pela maratona fora findada na morte.
Só com suspiros e violentos desabafos se vislumbram tais carnavais. Ninguém aplaude.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O homem do saco e meio

ah eu já sei
do mal que me fez

Pareceu-me fugir
por entre as falas do diabo
os signos do teu movimento,
o mimo entornado
sem encantamento.


Na mão esquerda 
guardo um saco
que já não abro desde sempre.
Na direita trago em mente
a absoluta e luxuosa miséria.

A deus orar pra minh'alma poupar.